sexta-feira, 27 de março de 2009

Hoje


Hoje, a vida é triste como um animal ferido que queríamos ajudar, como um velho que perdeu a companheira da vida toda, como o frio dos dias de chuva que nos apanha de t-shirt apenas. Hoje, pesa-te a tua inutilidade. Perguntas: por que não podes, com a tua ânsia criadora, acertar as imperfeições do mundo?


(Olha, gato, não estás mais doente, acabou-se a dor no silêncio, acabaram-se os maus tratos e agora o teu mundo é longo e feliz, tens calor para adormeceres em paz. Tens festas.)


Nos sorrisos mais escondidos hei-de encontrar escape. Vou aninhar-me como numa camisola felpuda e esperar que me dêem atenção enquanto finjo dormir.