segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Carne exposta

O meu Amor repousa, estendido, na estrada. Tão mutilado que custa olhar. O pêlo brilha, ainda, por entre a carne exposta. Com o tempo, dizem-me, perderá a forma. Será cada vez mais uma mancha indefinida, algo que não se percebe o que foi, tão desfigurado surge. Mas eu saberei sempre - mesmo que o vento e a chuva e os homens o reduzam a algo invisível - que o meu amor está ali. Ainda que morto, esmagado, sem dignidade.

3 comentários:

raulus_brutus disse...

Com mil alforrequas,tens jeito para estas coisas do sofrimento e da expressividade escrita!!!
Não consegues fazer o mesmo mas... sobre o futebol?

Big Kiss

Eduardo Santos disse...

Essa visão é de uma frieza e tristeza sem precedentes, até porque eu também os amo. Incumensuravelmente.

carina. disse...

Raúl: de facto, o futebol não é a minha área.

Eduardo: tristeza sim, frieza nunca, mesmo que eu quisesse, mesmo que eu pudesse.