quinta-feira, 20 de novembro de 2008

do corpo em espera.


o corpo não espera. não. por nós
ou pelo amor. este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sede, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo.*

*jorge de sena.
fotografia de joana linda.

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